NA CAMA... COM ELES!!!
É nesta noite vagarosa de outono em que o brilho do céu é fugaz e trémulo, em que o gemer das árvores é profundo e longo, em que a saudade do sudoeste irrompe pelas sílabas do corpo e nele se demora, que as palavras se cobrem de desejo. É a hora em que as fantasias são mais ardentes e fascinantes, e as carícias crescem como as primeiras chuvas no interior das nuvens. E ainda há a loucura, porque a loucura respira eternidade, como se a noite fosse imortal. Ou um poema. Sempre sorrindo. Sempre acariciando. Sempre provando do orvalho do corpo.
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| (Imagem retirada da internet) |
Assim nos meus lábios espessos, onde a música começa, não transpiram nem vergonha nem timidez, e aos meus olhos não assoma a culpa da perversão. Ou do pecado.
Nem os grilos que cantam lá fora ou mesmo a Lua suspeitam do êxtase completo e transbordante que mora entre estes lençóis. Os lábios, os olhos também transbordam.
Tenho a harmonia dentro do corpo. E nele a alma fica mais perto. A noite corre assim como uma pétala de rosa no chão. São os meus pensamentos que te procuram. Que te querem dar a mão. E a existência. Nunca os meus pensamentos se demoraram tanto em mim. Nunca os meus pensamentos soaram tão alto sobre o coração. E os meus lábios continuam acesos. Por isso, diz-me... Como posso eu viver sem te ter? Ou se preferires:
«Quando é que queres vir estrear os meus lençóis às bolinhas amarelas?»
A propósito da palavra «estrear», fiquem-se com esta:
Exemplo: Vou estrear amanhã o meu vestido.

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