FODA-SE! É QUE NÃO PODEM VER NADA!!!

Deslizas os teus dedos por entre os veios da esperança. Povoas os meus desejos dos teus desejos, que eu povoo. Assim, tudo tão perto de ser música. Ou jardins onde as borboletas voam de mãos dadas com o perfume das flores. Adivinho-te no horizonte, de sorriso inteiro, de lábios húmidos, a aguardar o beijo que te anseio dar. Sopra intenso o vento, para lá das coisas e das margens do infinito. E há os teus braços à minha espera e um sorriso deslumbrado de alegria. O resto é vão. O Sol. A Lua. O mundo.

(Imagem retirada da internet)

Sei que hás de vir pelo amadurecer do tempo. Que vou gemer ao sabor das tuas carícias, querendo atingir o fundo de ti. Que em cada sopro do vento maior a certeza de te querer. Que as tuas mãos me hão de percorrer a pele. Nua e quente. E, por fim, a vertigem, onde a língua torna mil vezes o prazer.

Adivinho-te. Ou talvez diga: quero respirar rente à tua boca.

Como adivinho tudo isto?

Sou eu a primeira que não sei explicar, nem isso me aflige demasiado. Basta-me saber que o amor não se explica, sente-se.

Quem nunca teve o fogo nas veias à espera do arrepio do corpo?

Quem nunca?

Porque o amor afirma, onde outros negam, desoculta o que os outros escondem, ousa o que os outros são incapazes de imaginar. O amor. Esse rumor até quando nos diz o silêncio, esse lume mesmo quando orvalho, esse desejo apesar da espera.

Desejo-te.

Não há dúvida, desejo-te.

Ou se preferes, os meus cabelos descansando largamente no teu peito.

Adivinho-te. Ou talvez diga: quero fazer um poema com a intimidade das tuas palavras, e num gesto deslumbrado, sem ceder a medos, perder-me no fundo dos teus versos.

Olho, agora, o estendal da minha vizinha. Sinto uma náusea. Assim uma coisa dentro de mim que vai crescendo, crescendo... até que eu expludo:

«Ó sua ganda cabra, tiveste logo de ir comprar um pijama igualzinho ao meu!!!»

P.S. Malta lá diz o ditado, e é bem verdade, ... há cabras e cabras!!!😎😎😎

FUI...